"Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

(Clarice Lispector)

O Beijo

O Beijo
Gustav Klimt (1907)
Powered By Blogger

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sobre a Vida (por Andréa Naritza)

O que diria a maioria das pessoas se fosse questionada sobre o que é a vida?


E se fossem questionadas acerca de suas próprias experiências, quais seriam as mais prováveis revelações?

Será que a tendência seria o reflexo imediato de endeusar pai, mãe, seus heróis das antigas...

Quem sabe lustrar suas virtudes auto-concebidas, ou até referenciar que o amanhã é lindo e belo pelo fato de um poeta já ter dito que o sol vai voltar a brilhar?

Muito romântico não é mesmo?

Mas quem de fato ousaria ser rebelde com causa e escancarar suas lutas internas, os desejos considerados mundanos, os segredos pretéritos ou até mesmo sobre o verdadeiro sentimento que pulsa na marginalidade da nossa sombra?

A parte escondida, relegada, desconectada, o passado que condena...

Talvez a tendência de expressar as mesmas falas, de destacar as supostas virtudes e ignorar o que é difícil de encarar, ocorra devido ao medo de ser autêntico, ao preço que se paga por ser diferente.

O medo de revelar-se faz do indivíduo um referencial do grupo, transforma o ser em mais um, marginalizando sua própria essência.

Por outro lado, se todos se revelassem segundo a sua natureza, creio eu, seria mais fácil perceber que somos avessos à mesmice do mundo porque somos nós que fazemos da vida um lugar comum.

Nenhum comentário:

Postar um comentário