Final de ano; tempo de mais um balanço.
Pensar se me tornei aquilo que pretendia ser.
De medir se caminhei dois passos à frente ou de perceber se apenas fiquei parada no meio do caminho.
De responder a um chamado, ou simplesmente não pensar nem dizer nada.
Normalmente, é uma época que inspira o ato de contabilizar os ganhos tangíveis, palpáveis.
Mas também deixa no ar um convite à introspecção.
O despertar da sensibilidadereflexiva em sua forma mais ingênua.
E quem se atreve a embarcar nessa trajetória, descobre o verdadeiro presente que a vida gentilmente oferece a cada momento: as pessoas.
São elas que preenchem o vazio do mundo e tornam a existência humana um acontecimento imensurável.
Algo cheio de caminhos tortuosos e de algumas espetadas.
Mas também são elas que, de maneira incomparavelmente enriquecedora, transformam a alma do ser mais insesível ou menos conectado às necessidades alheias.
Cada ser que passa, deixa sua marca e, mesmo sem querer, ajuda os transeuntes a escreverem sua própria história.
Contribui para que cada um possa se construir com o passar dos tempos.
Oferece um sorriso, um abraço ou simplesmente um aperto de mãos.
Em algumas situações, ajuda o outro a levantar de um tropeço desequilibrado e vai embora.
Eu outras, provoca algumas lágrimas, volta e permanece até o fim.
São apenas detalhes irrelevantes.
Poeira ao vento...
Depois de um tempo se aprende a agradecer por cada um desses presentes, mesmo os inesperados, os avassaladores, os que apagam o chão e tiram o prumo de qualquer um.
Os que trazem embates, desafiam e abalam a auto-confiança.
Até aqueles que nos levam a testar os limites ao extremo.
É nessa caminhada onde apenas o caminhar em si e o fim dele é imperativo e previsível.
É nessa vivência imperfeita que é possível descobrir o imperceptível sobre a felicidade.
Primeiro, percebe-se que a felicidade é algo mais comclexo que o estado de alegria efêmero.
O momento vivido em migalhas de tempo que são devoradas por uma fome insaciável, por se acreditar que está condicionado a algo externo e excêntrico ao cotidiano.
Algo que depende de uma vontade desconhecida e incontrolável.
Percebe-se então o poder de transformação do tempo.
Ao amadurecer, tornam-se todos privilegiados por possuírem “olhos de ver e os ouvidos de ouvir”.
Tornam-se aqueles que não têm pressa, por terem certeza que sempre haverá novos encontros e, junto com eles, a oportunidade de vivenciar novos aprendizados.
Descobrem a cada dia outras formas de ver e de experimentar o mundo de dentro e o de fora.
São eles que estão atentos ao instante certo de interagir, receber e retribuir.
São eles, que no ato de entrega, acabam se tornando parte da vida de outras pessoas.
São eles, que por derradeiro, têm o privilégio de se materializar na mistura de todos em um só.
Revelar-se na própria imagem do universo.
Para todos aqueles que acham impossível entender a alma feminina, segue um desafio: um ano para conhecer uma mulher! Serão postados pensamentos, descrições de personalidades, crônicas, poesias, análises e analogias sobre o que fomos, o presente e o que queremos ser. Espero com isso, pelo olhar do meu anonimato, esclarecer inclusive para mim mesma, os segredos da mente e da alma feminina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário